Artistic Residencies and Community Engagement

First Steps into Community-Driven Art

Before undertaking larger projects, I explored the transformative power of community art with the ANFRUA community in Bairro Padre Cruz and within Linhó prison. These smaller-scale experiences were deeply impactful, marking the beginning of a new artistic journey.

Can art truly break down walls and forge connections in unexpected places? Absolutely. These initial encounters planted the definitive seeds for a profound shift in my practice.

ANFRUA, Bairro Padre Cruz, Lisboa

In the heart of Bairro Padre Cruz, the largest social housing area in the Iberian Peninsula, I collaborated with ANFRUA (Associação Nacional de Futebol de Rua), an organization leveraging street football for social innovation. Together, we facilitated a collage workshop, transforming photographic portraits of local youth into a dynamic wheat-paste mural. This process, rooted in inclusion and cultural development, successfully enabled the community to visually express their identity and shared stories.

Linhó Prison, Cascais

At Linhó Prison in 2022, I led a series of collage workshops that served as a powerful tool for interaction and self-expression among incarcerated participants. These short, intensive sessions notably enhanced self-esteem and encouraged communication, all supported by a dedicated team of psychologists. The workshops offered participants a rare opportunity to connect and create within a challenging environment.

Creating Meaningful Change Through Art

This collaborative approach to art holds immense potential — not only culturally, but also for brands and institutions seeking genuine connection with communities. Art becomes a transformative meeting point, fostering dialogue, building bridges, and empowering people. It’s not just about creating visuals; it’s about creating impact and meaningful experiences.

© Margarida Girão

Visão Pessoal: Porquê a Mudança?

O meu trabalho de ilustração, embora gratificante, começou a sentir-se limitado ao mundo editorial e comercial. Em 2019, comecei a procurar experiências artísticas mais profundas. Era suficiente criar apenas para uma página ou um ecrã? Eu queria uma ligação que transcendesse essas fronteiras. Essa motivação levou-me a propor residências artísticas e projetos de envolvimento comunitário, colaborando estrategicamente com câmaras municipais e organizações culturais. Com uma visão partilhada para uma arte colaborativa e significativa, disseram sim.

Primeiros Passos na Arte Orientada para a Comunidade

Antes de embarcar em projetos maiores, explorei o poder transformador da arte comunitária com a ANFRUA no Bairro Padre Cruz e no interior da Prisão do Linhó. Estas experiências de menor escala tiveram um profundo impacto, marcando o início de uma nova jornada artística.

Pode a arte realmente derrubar muros e forjar ligações em lugares inesperados? Absolutamente.
Estes primeiros encontros plantaram as sementes definitivas para uma mudança profunda na minha prática.

ANFRUA, Bairro Padre Cruz, Lisboa

No coração do Bairro Padre Cruz, a maior zona de habitação social da Península Ibérica, colaborei com a ANFRUA (Associação Nacional de Futebol de Rua). Juntos, facilitámos um workshop de colagem que transformou retratos fotográficos de jovens locais num mural “lambe-lambe” dinâmico. Este processo, enraizado na inclusão e no desenvolvimento cultural, permitiu à comunidade expressar visualmente a sua identidade e histórias partilhadas.

Prisão de Linhó, Cascais (2022)

Na Prisão de Linhó, liderei uma série de workshops de colagem que serviram como uma ferramenta poderosa para a interação e autoexpressão entre os participantes reclusos. Estas sessões curtas e intensivas aumentaram significativamente a autoestima e promoveram a comunicação, com o apoio de uma equipa de psicólogos. Os workshops proporcionaram aos participantes uma oportunidade única para se conectarem e criarem num ambiente desafiador.

Projetos Recentes: Aprofundamento e Desafios Filosóficos

Sair dos limites do meu processo criativo e mergulhar no mundo vibrante da arte colaborativa fez com que o meu trabalho se tornasse indiscutivelmente mais real e acessível. Isso obrigou-me a repensar não apenas como crio, mas porquê. O resultado? Um envolvimento mais profundo e significativo com as pessoas, agora como co-criadores que enriquecem fundamentalmente a minha própria jornada criativa.

Bravo, Sertã: Dar Voz à Resiliência

Em maio de 2022, abracei uma residência artística na remota aldeia de Bravo, Sertã, para documentar o quotidiano das suas gentes, em particular as mulheres. Imersa nas suas rotinas, criei a exposição MUTE, refletindo o espírito da aldeia. Será que a arte pode realmente dar voz às realidades silenciadas das comunidades rurais, destacando a resiliência das suas gentes?

Penina, Loulé: Arte Pública e Alma da Aldeia

Na minha residência artística em Penina, Benafim, Loulé (março a junho de 2024), envolvi-me com a comunidade, explorando as tradições e realidades em evolução da aldeia. O projeto culminou numa exposição de rua, parte dos programas culturais das Galerias Municipais de Loulé e do Geoparque Algarvensis. Será que capturar a alma de uma aldeia através da arte pode dar vida às suas histórias ocultas?

Bétulas, Famalicão: A Ponte Cultural

De abril a setembro de 2024, fui acolhida na Urbanização das Bétulas, em Famalicão, para uma residência artística com a comunidade cigana. O projeto, que resultou num caderno artístico e posters, foi desenvolvido pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão. Como pode a arte ser uma ponte para o entendimento e celebração das culturas diversas na nossa sociedade?

O Potencial do Impacto

Esta abordagem artística colaborativa possui um enorme potencial inexplorado. A arte pode ser um ponto de encontro transformador e um catalisador para a mudança social. É uma ferramenta poderosa para marcas e instituições que buscam uma ligação genuína, ajudando-as a ir além do envolvimento superficial e a criar parcerias significativas. Não se trata apenas de criar imagens bonitas; trata-se de fomentar o diálogo, construir pontes e capacitar as comunidades.